A Dra. Montessori afirma que seu objetivo é de mostrar sua experiência prática para dar margens à novas metodologias capazes de inserir a experiência científica na área da Educação sem passar por cima dos fundamentos principais.

A aprendizagem deve começar desde o momento do nascimento da criança e ser para a vida. Montessori chama a criança recém-nascida de embrião espiritual. Para ela, o homem difere dos demais animais por ter o que considera de duas fases embrionárias, uma pré e outra pós-natal. Na fase pós-natal, na qual a criança é um embrião espiritual, a criança não somente adquire as características do homem, mas também constrói condições para se adaptar ao mundo ao seu redor (MONTESSORI, 1967. p.63).

Maria Montessori divide a vida humana em três estágios diferentes de crescimento. O primeiro vai do nascimento aos seis anos e é subdividido em outros dois sub-estágios. Uma é do nascimento aos três anos, na qual a criança tem um tipo de mente em que o adulto não pode exercer influência direta. No outro sub-estágio, dos três aos seis anos, o tipo de mente é o mesmo mas em algumas coisas as crianças passam a ser suscetíveis à influência adulta (MONTESSORI, 1967. p.19).

O próximo estágio da vida humana começa aos seis e chega aos doze anos. Mentalmente, está num estado saudável, forte e estabilidade assegurada (MONTESSORI, 1967. p.19).

O terceiro estágio é dos doze aos dezoito anos. Também é subdividido em dois sub-estágios. Um vai dos doze aos quinze e o outro dos quinze aos dezoito. Depois desses estágios o Ser Humano só cresce em idade (MONTESSORI, 1967. p.20).

Durante esses estágios a criança vai conquistando sua independência. Quando nasce a criança deixa de depender diretamente do corpo de sua mãe para viver. Depois passa a ser independente do leite que sua mãe o amamentava. Passa a andar e falar por conta própria, e assim por diante, conquistando passo a passo sua independência. Essa independência é uma necessidade da criança para garantir sua felicidade. Uma criança que não tenha esse desejo de independência, ao invés de felicidade em estar no meio em que vive, passa a ter medo deste (MONTESSORI, 1967. p.85).

A criança nasce com o que Montessori chama de mente absorvente. Ela é capaz de absorver tudo que se encontra ao seu redor. A linguagem surge na infância num processo natural e inconsciente, diferente de quando somos adultos e queremos aprender uma segunda língua. Nossos pais não precisam nos ensinar a falar, mas aprendemos mesmo assim. É uma necessidade do ser humano de se expressar que diferencia esta espécie das outras na Terra (MONTESSORI, 1967. p.108).

Montessori acreditava que a aprendizagem ocorre por conta própria. Por isso é necessário haver vontade de aprender. A filosofia Montessoriana acredita que, para uma criança aprender, o ambiente de aprendizado deverá permitir, entre outras coisas, a satisfação da criança em aprender sozinha. Para que isso aconteça é necessário que o professor observe atentamente as preferências e necessidades de cada criança para proporcionar-lhe as apresentações das atividades de interesse e que estejam dentro de sua capacidade de aprendizagem naquele momento, evitando qualquer tipo de frustração.

Maria Montessori acreditava que a criança aprende e pensa bem diferente dos adultos. O componente central da sua teoria são os períodos sensíveis. O cientista holandês, Hugo de Vries descobriu esses períodos sensíveis nos animais e Maria Montessori descobriu em sua escola que também existem em crianças.

Um período sensível refere-se a uma sensibilidade especial que uma criatura possui no seu estado infantil, enquanto ainda está em evolução. É uma disposição passageira e limitada à aquisição de uma determinada peculiaridade. Uma vez que essa peculiaridade ou característica foi adquirida, a sensibilidade especial desaparece. Quando isso acontece, vitórias intelectuais são visíveis através de processos de raciocínio e esforços voluntários. Daí surge a preocupação com o trabalho. Esta é a diferença essencial entre a psicologia das crianças e dos adultos.

Se a criança não tiver acesso à experiências que permitam seu desenvolvimento de acordo com seu período sensível, no tempo certo, sofrerá um distúrbio no seu desenvolvimento (MONTESSORI, 1967. p.42).

Os Períodos Sensíveis são divididos em: Período Sensível para Ordem, Período Sensível para Detalhes, Período Sensível para Utilização das Mãos, Período Sensível para Andar, Período Sensível para Linguagem.